quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Economia – Construindo Mentiras II

Chegamos a um ponto muito interessante da economia brasileira. Temos a seguinte situação. O país não cresce economicamente (4% aa ou mais) de forma homogenia a mais de 14 anos, quando alcança um crescimento satisfatório (poucas vezes isso ocorreu) não repete no ano seguinte. O Brasil esta investindo muito menos que necessita em infra-estrutura, demandas sociais, tem uma carga tributaria elevada, divida publica e juros absurdos (mais de R$ 1 Trilhão em divida), juros internos (taxa de referencia) elevadíssimos. Porem renomados economistas dizem que estamos em situação econômica satisfatória, basta alguns ajustes (cortes) no custeio da maquina publica e reforma previdência (devido a déficit). Até mesmo a oposição reconheceu a economia como a única coisa boa do governo Lula. Ou todos estão loucos!Ou é mentira e estão encobrindo erros de analise anteriores! A verdade é que o país esta estagnado, endividado (endividando-se ainda mais somente para conseguir pagar os juros de sua divida) e com muita dificuldade de investir em si mesmo. O que pode facialmente ser verificado é que nos últimos 14 anos houve uma total falta de investimento e valorização do mercado interno (somente beneficiando algumas ilhas da economia). Mercado Interno este, que é o gerador de receitas (impostos) para o custeio da divida interna, previdência social, maquina publica, investimentos estruturais e sociais etc. Foi visto sim! teorias econômicas (tidas modernas) serem defendidas e aplicadas como verdadeiras obras de arte porem com resultados desastrosos para boa parte dos segmentos sociais e empresarias do país. Falta coragem e humildade para admitir erros de rumo e visão, necessitamos agora buscar alternativas e mudanças corajosas da política de prioridades para investimento e uma maneira de não sacrificar com medidas econômicas a já combalida sociedade civil e empresarial. O país foi e esta sendo pensado de forma parcial e segmentada com resultados horríveis para quase todos os objetivos esperados, beneficiando apenas grandes empresas (exportadoras) ou segmentos do mercado financeiro em detrimento a economia como um todo. A situação está complicada a ponto de empresas que foram beneficiadas (com políticas econômicas e tributaria praticada) preferirem captar dinheiro fora do país, atrás de juros menores e prazos maiores, em detrimento ao BNDES, esta sobrando dinheiro no banco por falta de tomadores para grandes investimentos e se não bastasse, estas empresas estão investindo muito em expansão, mas no exterior (onde há demanda de mercado). O mercado interno (poupança interna) foi menosprezado de forma covarde, bombardeado por uma política de alta carga tributaria e juros recessivos e quando dá sinais de crescimento é logo esfaqueada com juros para conter a demanda que possivelmente ira causar (segundo economistas) inflação. Como alguma empresa nacional ou estrangeira ira investir em um país que inibe seu maior potencial, (sua economia interna)? Afinal investimento é feito sobre a necessidade de demanda. Até aqui somente empresários corajosos tem investido em expansão e não é difícil verificar que o índice de sucesso é muito menor do que o potencial do país.O Brasil apostou em políticas econômicas tidas como vanguardistas que valorizarão de tudo um pouco exportações, mercado financeiro, investimento externo e etc. esqueceram somente do próprio umbigo, ou seja, comercio local, industria de pequeno e médio porte voltado para o mercado interno, linhas de credito a custo satisfatório (longo prazo) e etc. Tudo o que geraria receitas (impostos) para o óbvio crescimento econômico, geradores de empregos e receitas para arcar com custo da maquina publica e previdência social, divida publica (gerar superávit nominal interno) e investimentos estruturais e sociais. O mais interessante é que não investiu em si, mas soube de forma severa cobrar e elevar a carga tributaria de seu mercado interno, sacrifícios para pagar a conta de quem errou no projeto. Boa parte dos economistas defenderam até aqui teorias das mais corrosivas e de forma muito segmentada, uma verdadeira crise de visão sobre as necessidades do país. Agora novas mágicas sobre forma de teorias econômicas e falta de coragem de governo, políticos e formadores de opinião tentam solucionar o problema. Mas o caminho, mais uma vez não trata as demandas internas como deveria. Ao cidadão comum resta torcer para que um surto de humildade e visão em economistas e formadores de opinião para que finalmente se perceba que o correto para um governo eleito pelo povo é governar de fato para seu povo e não para o “Mercado”.