terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Barack Obama – Presidente ou Novo Messias?


Impressiona o detalhamento e espaço generoso, na mídia brasileira, referente a tudo que envolve o novo governo dos EUA. Em especial, salta aos olhos, o deslumbramento de políticos e principalmente da imprensa brasileira pelo novo presidente, Barack Obama, e sua equipe de governo. A cada nomeação de integrantes do novo governo americano, imediatamente, era fomentado um longo debate entre formadores de opinião, de varias mídias brasileira, com a finalidade de detalhar e analisar características, perfil pessoal, politico, entre outras dos novos integrantes recém nomeados da equipe do governo americano. È possível, com uma simples pesquisa no google, obter informações através de mídias brasileiras, sobre integrantes do novo governo norte americano, com riqueza de detalhes, incomum aos similares nacionais. Nunca a nomeações de presidentes de estatais, agencias reguladoras, banco central, ou ministros de estado brasileiro, mereceu analises igualmente ricas em detalhes com relação ao perfil pessoal, profissional e politico. Aqui no máximo, a indicação é questionada quando o escolhido, tem algum tipo de processo de corrupção ou paira alguma denuncia. Com sorte o cidadão brasileiro, consegue informações resumidas sobre a carreira politica, empresarial e formação acadêmica. Tendo ficha limpa, pouco importa se o indicado é competente para o cargo nomeado, quais seus interesses, características politicas e pessoais. Exemplos deste fatos, são rotineiros! Já tivemos, Renan Calheiros, como Ministro da Justiça! È muito compreensível o entusiamo do povo norte americano. Afinal, o ineditismo e quebra de um conservadorismo histórico, foi alcançado com a eleição de Barack Obama. O EUA, atravessa um momento delicado e o novo presidente representa um novo e justo sopro de esperança, para a sociedade norte americana. Mas, o excesso de entusiasmo de políticos , analistas e mídias brasileira chega a ser incompreensível. Parece algo de gente frustrada com sua própria identidade. Cobrir o fato é absolutamente normal, principalmente por se tratar do presidente da maior potencia global. Mas, debater, respirar e vivenciar como se fosse participante ativo, é postura absolutamente irracional das principais mídias, analistas e políticos brasileiro! A impressão de um simples cidadão brasileiro, ao acompanhar o êxtase e entusiasmo dos vários políticos e analistas na mídia brasileira, é que se trata de algo muito mais importante para o futuro dos brasileiros, saber e acompanhar o pensamento e perfil de Barack Obama, e sua equipe de trabalho, que qualquer politica ou integrante direto do governo brasileiro. A coisa esta colocada, como se nosso futuro, dependa única e exclusivamente das decisões adotas pelo novo governo norte americano que se instala. As decisões por aqui, seriam apenas um complemento das diretrizes adotadas pelo novo guia americano. Barack Obama, como presidente dos EUA, parece ter mexido demais com as emoções de renomados analistas brasileiros. Renovados em suas esperanças de um Brasil e mundo melhores, através da figura do novo mandatário da principal economia do planeta. Ao novo governo americano, políticos e analistas brasileiros tem creditado suas esperanças, em quase tudo. Questões das mais variadas, tais como crise econômica global, soluções para os conflitos no oriente médio, solução de problemas ambientais, esperança de tratados comerciais com perfis mais justos com os países da América Latina entre outras. O novo presidente dos EUA, Barack Obama, chega ao poder com espectativas dos analistas brasileiros, digna de um novo “messias”. Porem, provavelmente ocorrera o obvio. Barack Obama, vai se preocupar primeiro, com seus inúmeros problemas internos. Deve atacar de frente, os problemas americanos causadores de recessão como falta de liquidez de empresas e pessoas com conseqüente crescimento do desemprego entre os norte americanos. Medidas protecionistas de mercado, devem ocorrer com esta finalidade. Primeiro, o novo presidente americano, vai olhar de forma correta para o próprio “umbigo”, somente quando à “casa” estiver ajeitada, ira dar uma reparada, no que esta ocorrendo ao redor do planeta. Mesmo assim, com olhos voltados para os interesses do povo americano. Como é característico de qualquer presidente eleito, comprometido com a solução dos problemas de sua sociedade, que afinal, foi quem o elegeu. O perigo deste encantamento brasileiro, esta na propagação da falsas espectativas. Esta sendo vendida a ilusão, que Barack Obama, sera o presidente americano, voltado para os interesses do mundo globalizado. Com medidas que de forma direta e rápida poderá beneficiar as varias questões e conflitos ao redor do planeta em especial as que estão afetando à economia mundial. Algo que não é verdade! Qualquer decisão do novo governo americano, por mais sucesso que possa obter, ira demandar um bom tempo para refletir em beneficio para qualquer nação do mundo. È muito mais sadio e importante, primeiro olharmos com mais carinho para nossas necessidades. O fato, de o conservador povo americano ter eleito um negro para seu presidente é uma inovação elogiável e única, mas isso não quer dizer que Barack Obama, conseguira romper com a histórica e tradicional postura norte americana em defesa concreta de seus interesses e convicções acima de qualquer outra ideologia. Barack Obama, no máximo ira quebrar paradigmas, que até mesmo a sociedade americana já esta convencida, e que poderia ser realizada através de qualquer outro presidente com boa vontade. Provavelmente durante seu mandato o embargo econômico a Cuba chegará ao fim, tentará sem mexer diretamente com os interesses de Israel, mediar soluções visando a paz no oriente médio, aos poucos deve retirar os soldados americanos do Iraque, tentara fechar à base militar em Cuba mas, provavelmente conseguira no máximo que os presos lá instalados não passem por torturas, assinará alguns poucos itens referentes a proteção do meio ambiente antes negados e deve propor debates intermináveis em questões ambientais de pouco interesse aos EUA. Com relação a América Latina, continuará a forçar acordos bilaterais, com o mesmo favorecimento pró-América de sempre, com o intuito de enfraquecer blocos econômicos, como o Mercosul, mas agora com uma “aura” diferente. Graças ao desastroso e ultraconservador, governo, George W Buch, será com certeza favorecido no contexto de melhoria da imagem do país. Com relação a grandes mudanças globais e salvação econômica, isso é utopia. Devíamos estar preocupados com nossa realidade, buscando soluções internas. Debatendo e pressionando de forma intensa o governo brasileiro, por medidas urgentes e necessárias como racional custeio da maquina publica, investimento honesto em infra estrutura, incentivo a linhas de credito à empresas e pessoas, corte de taxas fiscais e principalmente promover o crescimento e importância do mercado interno para a economia brasileira, visando uma politica industrial e comercial favorável ao todo da sociedade e não somente a alguns “escolhidos”, algo que tem sido pratica comum no Brasil. È indispensável que a iniciativa privada, classe trabalhadora e governos federal e estaduais, rapidamente busquem soluções praticas, sem demagogia, discurso vazio, vaidades e interesses menores. O fim completo do imposto compulsório, seria uma medida fantástica para o aumento no volume de recursos em circulação na economia, como meio de financiamentos e investimentos por intermédio de instituições financeiras. O governo, principalmente através do banco central, tem tomado medidas inteligentes. Porem, vem mantendo uma estranha postura conservadora com relação a juros e aumento na demanda de dinheiro novo para circulação na economia já carente de financiamento. Pode ser rapidamente obtida, repito com o fim do imposto compulsório. Através da liberação e posterior transferência destes recursos já depositados pelas instituições financeiras, no Banco Central, para a economia formal. O trauma da inflação, é argumento quase nulo, devido a recessão mundial em curso. O medo de inflação, demonstrado pelo governo e especialmente pelo conservador Banco Central brasileiro, esse sim, pode atrapalhar o futuro do país de forma violenta. Outra porta de debates interessante, que nossa mídia, poderia ajudar a fomentar, seria o questionamento veemente de nomeações de pessoas sem o minimo perfil necessário, para os cargos aos quais foram indicados. Exemplos dos mais diversos estão em todas as áreas do atual governo. Como ilustração basta citar dois casos. No Ministério da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), tem utilizado o cargo, muito mais para seus interesses pessoaias e ambições políticas no estado da Bahia. Deixando de lado os interesses do país. Um exemplo deste fato, é a aplicação de somente 2%, do orçamento aprovado para contenção de enchentes. O resultado deste descaso, falta de competência e comprometimento publico pode ser visto nas recentes enchentes em Santa Catarina, Minas Gerais e Rio de Janeiro com enormes prejuízos financeiros, sociais e de vidas causados pelo pouco empenho em executar o orçamento. No Ministério de Minas e Energia, Edson Lobão (PMDB-MA), tem sido muito mais um porta voz incompetente das decisões adotadas pelo governo, sem sua participação ou influencia. Restou ao ministro, a função de anunciar as decisões tomadas. Porem, como ele somente transmite o recado, de vez em quando, é obrigado a desmentir o comunicado anterior realizado por ele mesmo, porque alguem decidiu mudar por qualquer motivação que o ministro, provavelmente desconhece! Esta no cargo, muito mais interessado em se manter na mídia para sua candidatura a governador do Maranhão. O país, necessita de governos sérios, com gestores competentes em postos administrativos em lugar de políticos oportunistas, mas também precisa de uma mídia antenada nos problemas e soluções globais porem, sensata e menos deslumbrada com a “casa” dos outros. Focadas nos problemas internos! Com cobranças interessadas na busca da resolução dos problemas locais de forma honesta, competente e clara. Precisamos dar um basta nos deslumbramentos, vaidades, interesses pessoais e políticos .