quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Banco Central – Um Cúmplice Injustiçado!


Como fui muito criticado e questionado nos últimos dias com relação ao texto publicado no Blog denominado Banco Central – Apenas Um Antigo Cúmplice! Sobre a importância do chamado Deposito Compulsório no elo de problemas que dificulta o crescimento econômico brasileiro, achei por bem esclarecer melhor meu ponto de vista com relação ao tema.
O deposito compulsório é um artifício aplicado por inúmeros Bancos Centrais ao redor do planeta (embora já considerado ultrapassado por muitos) assim como tributos tradicionais também fazem parte do dia a dia de todas as pessoas ao redor do planeta, o problema não esta no uso destes instrumentos, mas sim do quanto se usa do mecanismo. Assim como no caso dos tributos o Brasil também é o país que tem a maior carga percentual de deposito compulsório atualmente ao redor de 40% ( Na China 10%, na Rusia 7%), ou seja, isso significa que sobre depósitos a vista as instituições financeiras estão obrigadas a depositar no Banco Central brasileiro algo como 40% do volume e sem direito a remuneração que somados a impostos representa algo superior a 80% sobre o valor original e olha que isso é ótimo perto dos mais de 60% de deposito compulsório que foi utilizado durante o governo FHC. O deposito compulsório é usado como ferremamenta por alguns Bancos Centrais ao redor do mundo como uma forma de controlar o volume de dinheiro em circulação na economia outra forma possível de controle é através do chamado Open Marketing que nada mais é que a venda de títulos públicos pelo Banco Central ao mercado financeiro que pode ser utilizado tanto para controlar o volume de dinheiro na economia como também para financiar eventuais déficits de caixa dos governos, aqui no Brasil o governo via Banco Central é obrigado a vender títulos para cobrir seu famoso déficit de caixa e por tabela retira dinheiro da economia que poderia ser aplicado em credito para empresa e pessoas das duas formas uma por mecanismo direto o Deposito Compulsório e a outra venda de títulos públicos pagando premio (juros) o que no caso brasileiro acaba sendo por pura necessidade mesmo! Tem que vender títulos para buscar no mercado financeiro dinheiro emprestado para fechar suas contas, o que torna o governo brasileiro o maior tomador de recursos do Brasil junto às instituições financeiras e investidores nacionais e internacionais. O que sobra em boa parte é direcionado pelas instituições financeiras para as mais variadas modalidades de empréstimos oferecida por eles. Outro dado interessante aqui no Brasil é que parte destes 40% arrecadados com o deposito compulsório é aplicado em outras áreas como agricultura com pouco mais de 8% e para o Banco do Povo algo em torno de 3% entre outros um verdadeiro absurdo! Não cabe ao Banco Central brasileiro captar recursos para esta finalidade para isso existe BNDES, Caixa Econômica Federal e um Ministério Especifico. Os contribuintes pessoas e empresas ainda tem que arcar com custos de seus empréstimos maiores para que o governo via Banco Central crie mais recursos, uma forma de arrecadação disfarçada ou mais uma esperteza política que a população e empresas acabam arcando quando contraem empréstimos em instituições financeiras uma vez que o custo do deposito compulsório esta embutido na taxa de empréstimo cobrada pelas instituições financeiras. O Deposito Compulsório, Taxa Selic, Tributos, e outros custos das instituições agregados a taxa de risco e margem de lucro compõem o custo das instituições financeiras para empréstimos a empresas e pessoas o chamado Spread. Vale lembrar que somente a Suíça tem rentabilidade superior a contabilizada pelas instituições financeiras brasileira até nisso estamos entre os maiores do mundo. Portanto ficar cobrando ao Banco Central somente baixa da taxa Selic como marco principal para o crescimento econômico é um engodo! Somente um elo de soluções é que poderá resolver o problema e ele é composto do seguinte Taxa Selic, Compulsório, Divida Interna (títulos públicos e juros), Tributos e Infra-estrutura alem de redução nos encargos trabalhistas. Pode-se então verificar que parte do problema passa pelo Banco Central e deve ser por esse elo de coisas cobrado! O Banco Central pode e deve ser cobrado pela sua cumplicidade e principalmente por estar se prestando a arrecadar de forma disfarçada recursos para a união o que configura uso indevido da instituição! Assim as criticas e cobranças ao Banco Central brasileiro seria muito mais justa! Outro dado bem interessante para avaliar o peso que estes mecanismos utilizados pelo Banco Central tem na economia brasileira é comparando a relação Credito/PIB ao redor do mundo, por exemplo, na China é de 140%, no Chile 60%, nos EUA 80%, no Japão 120%, enquanto no Brasil é de pouco mais de 32% ou seja, para cada R$ 100,00 gerados de PIB R$ 32,00 são ofertados na forma de credito ao mercado interno e ainda assim a custos astronômico de 4,30% ao mês em média para empresas, sempre lembrando que a inflação anual é de 3% ao ano, isso sim é resultado direto do elo de políticas praticadas pelo Banco Central e Governo brasileiro e que tem contribuído e muito para o baixo crescimento econômico brasileiro.