domingo, 25 de fevereiro de 2007

Banco Central – Argentina, Exemplo Negativo ou Positivo?

O Banco Central brasileiro esta tentando demonstrar utilizando o exemplo da Argentina, como políticas tidas como desenvolvimentistas podem levar a inflação. Tenta mostrar ao nosso sempre “antenado” e “recheado de idéias” Presidente da Republica Lula sua Primeira Ministra Dilma e nosso Ministro da Fazenda antes um contestador, mas agora serviente Guido que não se deve pular etapas em economia, isso gera inflação! O BC brasileiro tem alertado aos nossos sábios estadistas do Palácio do Planalto que a Argentina tem sido acusada de manipular números de sua inflação para não demonstrar sua tendência de alta atualmente em 10% caminhando para 11% ao ano, claro que isso é verdade, mas também é verdade que a economia Argentina cresce a taxa de 9,2 ao ano, crescimento este que vem acorrendo há 37 meses seguidos, risco país muito próximo do brasileiro, vem recuperando com sobras o nível industrial e capacidade econômica de seu mercado interno, a taxa de pobreza caiu de 53% para 34% a de miséria caiu 25,5% para 12%, tem superávit fiscal de 1,7% do PIB (o Brasil teve déficit de 3,5%) isso tudo depois de aplicar um calote econômico, alias muito criticado pela classe econômica brasileira em especial pelo BC e Governo brasileiro. O modelo de desenvolvimento utilizado pela Argentina na época muito criticado pelos economistas brasileiros é pautado pelo controle de preços dos produtos básicos, o governo Argentino utiliza como principal forma de conter aumentos especulativos de preços o tabelamento de preços de alguns produtos tidos essenciais como a cesta básica, por exemplo, agindo inclusive de forma rígida obrigando produtores e industrias a primeiro abastecerem o mercado interno pelos preços tabelados para somente depois poderem exportar. Alem destas medidas baixou a carga tributaria, aumentou o volume de oferta de credito a consumidores e empresas entre outras medidas desenvolvimentistas que foram chamadas aqui no Brasil de populistas. Mas sempre teve que conviver com o risco real de inflação já que a base para manter a inflação em taxas e patamares aceitáveis utiliza como uma de suas principais ferramentas o tabelamento de preços mencionado alem de manter o cambio desvalorizado. Sinceramente não critiquei esta parte do programa econômico argentino principalmente na etapa inicial até porque em um primeiro momento ele realmente tende a ser necessário porem ele deveria ter sido lentamente trocado por outro tipo de mecanismo de controle e monitoramento, explico, minha critica ao modelo argentino neste momento é que qualquer programa de desenvolvimento econômico que utiliza baixa da carga tributaria e incentivo ao mercado interno com política de juros mais confortáveis e maior demanda na oferta de credito tem que conjuntamente vir com uma política de investimento e ampliação da capacidade produtiva bem definida, este modelo tem que ser realizado de forma rápida, ágil e principalmente baseado em estratégia e conhecimento das necessidades e possível carência muito bem planejada e monitorada. Deve utilizar como ferramenta o controle rígido e acompanhamento cirúrgico das tarifas alfandegárias (alíquotas) para produtos importados, indispensável para o controle da inflação. Ao menor sinal de especulação de preços no mercado interno incentivo a importação via queda nas tarifas alfandegárias devem ser imediatamente realizadas para conter altas especulativas de preços relativo à falta de produto no mercado interno o contrario também é valido a menor possibilidade de prejuízo a produção nacional por parte de importados as tarifas alfandegárias devem ser elevadas imediatamente possibilitando que a industria e mercado nacional fique protegida e equilibrado em oferta de produto e demanda de preços. A economia deve ser amparada também de forma imediata por investimentos em aumento e modernização de sua produção e o controle de importação acaba também sendo um excelente sinalizador para a necessidade e carência do mercado interno em investimento e ampliação industrial baseado no equilíbrio entre demanda de importação e oferta de produto pelo mercado local. Políticas de rigoroso e ágil acompanhamento do mercado interno utilizando a flexibilidade ou não das tarifas alfandegárias (alíquotas) de produtos importados tendem a ser a melhor política de controle de inflação alem de facilitar a visualização das necessidades e carências do mercado interno facilitando o planejamento de investimentos e financiamentos, pois o governo passa a controlar e monitorar seu mercado através das demandas, normas e políticas do mercado produtivo e consumidor sem artifícios maléficos e barbeiragens econômicas tais como as intervenções monetária como as utilizadas no Brasil. Aqui o governo brasileiro usa e abusa no controle do volume de dinheiro na economia através do BC brasileiro em nome da sua incompetência e falta de política para monitorar e ajustar seu mercado produtivo e consumidor interno, tornado o governo brasileiro refém do mercado especulativo financeiro. Esta falta de política industrial, atacadista e varejista e planejamento na área de infra-estrutura por parte do executivo federal é que tem levado o Banco Central a organizar a economia da forma recessiva como vem acorrendo no Brasil há décadas. No caso argentino infelizmente também faltou políticas voltadas ao controle, monitoramento e investimento em ampliação e modernização de sua infra-estrutura e ao mercado produtivo e consumidor para a eficiência de seu programa e infelizmente caso siga no mesmo rumo a inflação vai acabar ocorrendo de forma rápida e perigosa. A solução é um plano urgente de investimento para ampliação e modernização de sua produção e infra-estrutura e controle e monitoramento. O mecanismo de controle das importações via taxas alfandegárias é uma solução rápida e com resultados potencialmente bons. Aqui no Brasil o modelo conservador de controle econômico do volume e capacidade de seu mercado interno tem levedo empresas brasileiras a investirem fora do país em projetos de investimento e ou ampliação, porem devido ao ótimo cenário para especulação financeira o Brasil tem batido recordes de entrada de moeda estrangeira algo como US$ 20 Bilhões nos últimos 12 meses em grande parte para investimento em aplicações financeiras com taxas de juros extremamente atraentes e isso tem gerado uma taxa de cambio cada vez menor apesar dos esforços do Banco Central brasileiro que nos últimos 2 meses tem comprado grande volume de dólares no mercado financeiro para elevar a taxa de cambio, sem sucesso! Basta ao especulador internacional captar recursos a custo bem baixo em um país como o Japão e aplicar no mercado financeiro brasileiro, Bingo! Lucro rápido e fácil! Essa estratégia do Banco Central brasileiro consegue ser ainda pior, já que vende títulos públicos pagando taxa Selic para comprar dólares no mercado como não vem conseguindo ter sucesso na operação o BC brasileiro pega dinheiro emprestado pagando 13% ao ano e ainda toma prejuízo com a compra de dólares! O BC brasileiro tem muito que aprender com especuladores internacionais! O resultado destas barbeiragens econômicas aliada a política recessiva através de controle monetário e falta de respeito ao mercado interno resulta nesta situação que estamos a mais de 12 anos e que esta fazendo com que empresas brasileiras que podem investir no Brasil optem por captar recursos e investir em outros paises e as que não tem essa possibilidade a ficar refém de um mercado com demanda reprimida e credito a custos abusivos porem de alta lucratividade a instituições financeiras e investidores especulativos. Como esperança é a ultima que morre, espero que a classe econômica admita seu erro a tempo, se é que ainda há tempo!