quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

INCOR – Em Defesa do Modelo!


No dia 20.12.2006 o Jornal Folha de São Paulo, publicou artigo com o titulo “Fundação Zerbini ou Incor?”, texto formulado por César Augusto Minto, Francisco Miraglia e Pedro Estevam da Rocha, todos ligados a USP. O texto relata a crise financeira vivida atualmente pelo Instituto do Coração ( INCOR) e seus motivos, ao final fazem duas perguntas ao leitor:
1 - Não é o caso de submeter à Fundação Zerbini a ampla auditoria conjunta do Ministério Publico Federal e Tribunal de Contas da União?
2 – Já não é hora de o INCOR voltar a ser gerido exclusivamente pelo poder publico, sem intromissão de entidades privadas?
Como não foi divulgado o e-mail dos articulistas eu vou utilizar meu Blog para responder a questão de acordo com minha opinião. Com relação à investigação a Fundação Zerbini pelo Ministério Publico e Tribunal de Contas, sou amplamente favorável, porem para à segunda pergunta a resposta é um sonoro, NÃO! Não deve o INCOR voltar a ser gerido pelo poder publico!
Há muito tempo o poder publico não tem conseguido transformar volume de recursos em serviços de qualidade, isso vale para a grande maioria da esfera do serviço publico principalmente nas áreas de saúde, educação, cultura, saneamento básico etc. Há muito tempo o poder publico brasileiro vem demonstrando total incapacidade de gerenciar serviços à população ou alguém consegue mencionar 3 (três) hospitais totalmente geridos pelo poder publico a qual confiaria sua saúde ou de seus filhos caso tenha em sua mão o poder de escolha. Solicito somente 3(três) exemplos de hospitais 100% geridos pelo poder publico com eficiência e atendimento de qualidade! O fato de o INCOR estar na situação financeira em que está (débitos superiores a R$ 200 milhões) deve-se ao desvio de responsabilidade e objetivos realizados pelos dirigentes da Fundação Zerbini, inicialmente a fundação deveria apenas gerir e custear parte dos custos do Hospital, todo e qualquer investimento deveria ser realizado pelo poder publico e com esta formula foi durante muito tempo um dos raros exemplos de qualidade no atendimento publico, mas sabe-se lá o motivo, desviou o foco e passou ela mesma a construir alas, prédios, adquirir equipamentos e construir com recursos próprios hospitais em outros estados como se dona do INCOR o fosse e o mais impressionante é que houve apoio federal a esta iniciativa, incluindo aí empréstimos do BNDES para esta investida da fundação, por esses motivos a Fundação Zerbini merece ser investigada e seus responsáveis punidos, mas daí a mudar a formula vencedora é inexplicável. O espírito corporativista de pessoas ligadas ao funcionalismo publico beira a irracionalidade, visando apenas garantir um maior filão de influencia sobre o estado, e isso tem que mudar! E quando este tipo de proposta vem de pessoas ligadas ao mundo acadêmico nos faz apenas sentir saudades da época em que de dentro das universidades vinham as principais e melhores idéias para o todo da sociedade e não para o mundo corporativo do funcionalismo publico. Basta punir as pessoas e não mudar a formula, é simples e muito mais favorável a toda sociedade! O governo do Estado de São Paulo e o Governo Federal devem sim socorrer o INCOR, punir os responsáveis, e ao contrario da proposta do texto deve ampliar a formula de gestão, parceria iniciativa privada e poder publico, não somente para a área de saúde, mas para as mais variadas áreas como educação, segurança publica etc. Colocando regras claras com obrigações e responsabilidades que estado e iniciativa privada tem no modelo de gestão compartilhada e propondo pesadas punições a gestores que desviem o foco do serviço.