O governo federal, através de sua bancada no Senado federal, defende com “unhas e dentes” o arquivamento do processo aberto pelo PSOL no Conselho de Ètica do Senado Federal, contra o Senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Não é difícil entender os motivos, principalmente, conhecendo o histórico do atual governo federal. O senador Renan Calheiros é um personagem importantíssimo para o atual governo federal, experiente com ótimos relacionamentos entre os vários partidos representados no Congresso Nacional, mas principalmente um personagem do PMDB, com excelente transito dentro das varias tendências do partido. O Senador Renan Calheiros foi figura destacada na “luta” para obter algo que até aqui nenhuma outra liderança do PMDB havia obtido com tamanho sucesso, unir quase integralmente o partido no apoio ao executivo federal! Governos anteriores tiveram em sua contabilidade política o apoio do PMDB, porem, nunca da forma homogenia como a que esta ocorrendo atualmente! Como presidente do Senado brasileiro, Renan Calheiros, tem sido um grande aliado, conduzindo as prioridades da casa em perfeita sintonia com os interesses e necessidades do governo federal. A saída do Senador Renan Calheiros da presidência do Senado e principalmente do próprio Senado, seria um duro golpe para o governo federal, junto à base de apoio composta pelos parlamentares do PMDB, dificilmente outro nome dentro do PMDB poderia dialogar e aglutinar com tamanha desenvoltura e eficiência pelas varias tendências internas do partido como Renan Calheiros. A união destes vários fatores torna a defesa de Renan Calheiros algo muito valioso e útil, sem esquecer de mencionar o bônus extra, a divida de gratidão que o senador terá com o governo. O governo Lula, desde o primeiro mandato sempre optou por conseguir apoio incondicional do congresso nacional a “qualquer preço”, nunca se importou, se para obter este apoio, tenha que entregar cargos aos partidos, pagar mesada a parlamentares, trocar votos por liberação de recursos do orçamento da união ou qualquer outra forma que proporcione ampla maioria de votos dentro do congresso nacional! Não é raro, denuncias contra pessoas ligadas aos partidos da base de sustentação ao governo envolvidos em uso de instituições, empresas e cargos públicos nos mais variados tipos e modos de favorecimento e corrupção! Este tem sido o preço que sociedade, instituições e empresas publicas tem pagado pela forma questionável do governo federal em obter apoio no congresso nacional. No caso das denuncias envolvendo o Senador Renan Calheiros, pouco preocupa o governo federal ás opiniões da sociedade e de formadores de opinião sobre seu apoio a um senador sobre o qual pesa duvida quanto a seu caráter ético e moral como homem publico. O importante é que a relação “Custo x Beneficio” proporcionados pelo Senador Renan Calheiros ao governo federal é muito satisfatório no entendimento do Palácio do Planalto! Este fato, provavelmente explica o motivo de tamanha cegueira e hipocrisia ética e moral da base política do governo, no Senado federal.O governo federal tem tradição secular como fomentador de crise ética e falta de honradez moral proporcionada pelos partidos e políticos a coisa publica e sociedade brasileira, porem, “nunca na historia deste país”, quando comparado ao que tem sido realizado no atual governo federal! O executivo federal tem “alimentado” de forma compulsiva os “famintos” membros do congresso nacional e partidos em troca de apoio, provocando a ampliação da descrença nas instituições democráticas representadas pela Câmara dos Deputados e Senado Federal, perante a sociedade brasileira! È claro, que a generalização é perigosa, mas infelizmente, apenas uma pequena parcela da classe política tem se mostrado verdadeiramente indignada com as varias atitudes corporativas e perigosamente obscuras, ocorridas às claras dentro do Congresso Nacional. Surpreendente para alguns e nem tanto para outros é o apoio proporcionado por importantes personagens da oposição a permanência do Senador Renan Calheiros na presidência do Senado e principalmente na ajuda á base do governo, em achar um caminho para o arquivamento do processo contra o Senador Renan Calheiros, apesar de todas evidencias de quebra do decoro parlamentar! Especulações e suspeitas sobre os motivos que levam a oposição a agir desta forma podem ser várias. Medo que o vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), assuma a presidência proporcionando ao partido do presidente da republica, presidência das duas casas do Congresso Nacional, ou seja, seguindo este raciocínio provável da oposição, é melhor um presidente do Senado com ética e moral questionável que um presidente do Senado do PT! Também, pode ser pela “amizade” incondicional ao Senador Renan Calheiros, afinal o senador é um político que tradicionalmente participa de todos os governos de Collor passando por FHC até chegar à importância política que tem ao governo Lula. Existe, porem a possibilidade do Senador Renan Calheiros saber muito sobre as “amizades” e “vida pessoal” de grande parte dos personagens do parlamento brasileiro! Quando o teoricamente improvável começa a ocorrer, qualquer especulação ou suspeita passa a ser digna de verificação! A frase do Senador Wellington Salgado (PMDB-MG): “Não vou fazer política no Conselho de Ètica porque um dia posso ser eu sentado aqui”, dita na sessão do Conselho de Ètica, no ultimo dia 15 de junho ao justificar seu apoio ao relatório apresentado pelo Senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) em defesa do arquivamento do processo contra Renan Calheiros talvez diga muito sobre o pensamento corrente entre os integrantes do Senado brasileiro incluindo os senadores de oposição, embora, tenha sido proferido por um integrante do PMDB, mesmo partido do Senador Renan Calheiros, é um importante indicio dos verdadeiros motivos da falta de motivação e vontade em encontrar a verdade de praticamente todos senadores. Para tristeza da sociedade brasileira, os únicos programas implantados com sucesso pelo atual governo federal, foram o “Fome Zero Parlamentar”, com direito a mesada e troca de favores, para conter a fome e necessidades dos parlamentares e também o “Bolsa Família Partidário” para os partidos da família de aliados, com farta distribuição de cargos em instituições e empresas publicas!