A exemplo da carga tributaria, o Brasil também é o país com a maior carga percentual sobre o deposito compulsório, atualmente ao redor de 40% sobre depósitos a vista! Somente a titulo de exemplo, a China aplica, 13,5% após recente aumento, a Rusia 7%, ou seja, isso significa que sobre depósitos a vista em conta corrente, as instituições financeiras brasileiras, estão obrigadas a depositar no Banco Central brasileiro algo como 40% do volume e sem direito a remuneração que somados a impostos representa algo superior a 80%, sobre o valor original! Porem já foi pior, chegou a mais de 60% de empréstimo compulsório sobre depósitos a vista, durante o governo FHC. Somente para efeito didático, cabe uma explicação! O deposito compulsório, é utilizado como ferramenta por alguns Bancos Centrais ao redor do mundo como forma de controlar o volume de dinheiro em circulação na economia, outra forma possível de controle é através do chamado Open Marketing, que nada mais é que a venda de títulos públicos pelo Banco Central, ao mercado financeiro que pode ser utilizado tanto para controlar o volume de dinheiro em circulação, enxugando assim os recursos excedentes da economia, funcionando em minha opinião como excelente mecanismo para este fim, porem também é comumente utilizado para financiar eventuais déficits de caixa dos governos, e neste caso é um pequeno perigo quando operado conjuntamente com o deposito compulsório. Aqui no Brasil o governo via Banco Central, utiliza o empréstimo compulsório para controlar o volume de dinheiro em circulação e a venda títulos para cobrir seu famoso déficit de caixa, mas com este procedimento, acaba também por retirar dinheiro da economia, muitas vezes alem da necessidade. Com esta realidade, não foi algo raro o Brasil passar por inúmeras recessões causadas muitas vezes por necessidade de caixa do governo para financiar seus custos deixando o mercado interno com baixo volume de credito para empresa e pessoas. A cada erro deste tipo a desculpa na ponta da língua do BC, é a necessidade de se controlar o possível crescimento futuro da inflação! A aplicação conjunta dos dois mecanismos, venda de títulos e empréstimo compulsório é uma explicação pouco usual entre os economistas brasileiros, para explicar o freio constante no crescimento econômico do país, mas, com certeza foi um dos principais fatores aliados conjuntamente a falta de investimento em estrutura básica e excesso de carga tributaria sobre a economia como fatores principais para o baixo crescimento econômico do país no primeiro mandato do atual governo e provavelmente ainda é um freio para o crescimento potencial do país que poderia ser ainda muito mais forte e robusto que os atualmente comemorados pela classe econômica, que na verdade é muito mais impulsionado pelos ventos trazidos pela prosperidade da economia mundial! Os defensores da atual carga percentual do deposito compulsório procuram buscar em um dado interessante suas justificativas, no Brasil, parte destes 40% arrecadados com o deposito compulsório são aplicado em outras áreas como agricultura com pouco mais de 8% e para o Banco do Povo algo em torno de 3% entre outros, um verdadeiro absurdo! Não cabe ao Banco Central brasileiro captar recursos para esta finalidade, para isso existe BNDES, Caixa Econômica Federal e Ministérios Específicos todos já agraciados com a elevada carga tributaria praticada no Brasil. Os contribuintes, pessoas e empresas, ainda tem que arcar com custos elevados em seus empréstimos, quando disponibilizados ao mercado, para que o governo via Banco Central crie mais uma fonte de recursos, uma forma de arrecadação disfarçada ou mais uma esperteza política que a população e empresas acabam arcando quando contraem empréstimos em instituições financeiras, já que o custo do deposito compulsório esta embutido nas taxas de empréstimos praticadas pelas instituições financeiras. O Deposito Compulsório, Taxa Selic, Tributos, e outros custos das instituições agregados a taxa de risco e margem de lucro compõem o custo das instituições financeiras para empréstimos a empresas e pessoas, o chamado Spread. Vale lembrar que somente a Suíça tem rentabilidade superior a contabilizada pelas instituições financeiras brasileira até nisso estamos entre os maiores do mundo. Portanto ficar cobrando ao Banco Central somente baixa da taxa Selic como marco principal para o crescimento econômico é um engodo! Outro dado bem interessante para se avaliar o impacto que estes mecanismos utilizados pelo Banco Central tem na economia brasileira, é comparando a relação Credito/PIB ao redor do mundo, algo fundamental para potenciais investimentos realizados pela sociedade e empresas em infra-estrutura e negócios, por exemplo, na China é de 140%, no Chile 60%, nos EUA 80%, no Japão 120%, enquanto no Brasil é de pouco mais de 32% ou seja, para cada R$ 100,00 gerados de PIB, R$ 32,00 são ofertados na forma de credito ao mercado interno e ainda assim a custos astronômico, quando comparado aos oferecidos por estes paises para suas empresas e pessoas.